quinta-feira, 5 de junho de 2008

Conte me Seus Sonhos Terceira Parte


CAPITULO VI

_ Bem ... Você pode me dar uma coca-cola por favor ?
_Light,Diet ou Normal Mesmo ?
_Light eu gosto mais obrigado.
_E o que mais Senhor?
_So isso obrigado.

Foi se embora caminhando pela estação.Quando saiu para a rua deparou se com a cidade enorme e fervilhante com pessoas se debatendo dentro de carros e ônibus por todo lado.O clima era impregnado de milhares de cheiros e cores , nuances de todas as influencias de cidades vizinhas e distantes , heranças de um povo que veio , ficou e se foi.Quando chegou ao hotel onde ficaria por alguns dias conheceu o dono do lugar,era um senhor baixo sem cabelos na cabeça e dentes na boca com um ar maquiavélico e dando a impressão de sempre olhar suas partes baixas.

_ E por quanto tempo ficara rapaz?_ disse anotando algo com uma caneta de campanha num velho caderno de rabiscos.
_Duas semanas,até as aulas começarem na Faculdade Federal.
_Vai estudar la ? O que ?
_Historia.
_Otimo você não é um vagabundo bêbado, ao que parece,já vou avisando,não gosto de barulho,não chegue depois das meia noite ou ficara de fora,sua chave eu tenho uma copia portanto não esconda cadáveres no quarto,Orgias só nos sábados e se beber por favor não dirija por que se você destruir meu jardim vou cobrar de você.E sim,pague por uma semana adiantado agora.
_Nossa .
_Sim , já ia esquecendo o seu quarto esta no quarto andar ao lado da escada que da acesso a cobertura , não suba la esta avariado e se você morrer não vou pagar seguro nem indenizar ninguém , você tem família ?
_Não.
_Que ótimo.Filhos ?
_Não.
_Perfeito.Tome aqui e pode subir.Bem vindo ao Cisne Plaza.
_Como?
_Como o que?
_O que o senhor disse?
_Bem vindo.
_Perdão , o nome do hotel é Cisne Plaza ?
_Sim._ e desatou a rir .

Subiu vagarosamente as escadas pensando no sonho , na lanchonete e no nome do hotel,era uma grande maluquice aquilo tudo.Muita maluquice.Seu quarto realmente estava no ultimo andar próximo a uma escada com uma corrente amarela impedindo a ascensão ao próximo andar.A luz era filtrada pelos vidros amarelados das janelas e entrava timidamente no quarto , quando abriu a porta o cheiro de lavanda invadiu o ar de tal maneira que deteve se para não espirrar de maneira violenta mas não conseguiu, espirrou tão violentamente que bateu com a língua nos dentes e se feriu o sangue escorreu pelo lado da boca e o sabor acre do sangue deu lhe náuseas,fechou a porta atrás de si e sentou se na cama limpando a boca.Quando jogou se para trás e olhou para cima deitado no lençol á muito esticado viu que sua cama tinha um dossel.Não tinha percebido isso quando entrou no quarto nem o velho havia tido , mas isso era muito retrogrado!Gostou daquilo,a cidade parecia Oriental,Indiana e o hotel era pitoresco.

Iria dormir agora.
Tirou a roupa e foi ao banheiro do quarto.

18 09hs Abriu o registro do chuveiro de cobre.O vapor invadiu o aposento azuleijado.Embaçando tudo,escaldando o cansaço da viajem.Olhou através do vapor e relaxou por um instante.Fechou os olhos para lavar o rosto e passou as mãos no cabelo , sentiu o anel na mão esquerda.O calor da água não aqueceu o metal..Lemoux parou de frente ao espelho e pensou se a prata não embaçava.

Achou que não.
Em tanto anos nunca percebeu aquilo.

Saiu Do Banho.

18 42hs

TV?

Não.Com certeza não teria nada bom para ver aquela hora.A escola iria ajuda lo a passar o tempo e ainda ganharia dinheiro no futuro.Dinheiro.O câncer do mundo.Sem cura.

Adormeceu na cama fofa do hotel.

...

Andava de mãos dadas pela praia com alguém que não conseguia ver o rosto.As mãos estavam juntas,na verdade,realmente juntas,siamesas.O ar da praia estava delicioso.
O sol estava se pondo e a imagem era vermelho-amarelada,muito bonita.
...

Escureceu.E do horizonte surgiram centenas de pontinhos negros voando em toda a direção , eram muitos , muitos deles , e eram cortantes , chegaram a eles numa velocidade incrível e assustada com aquilo a pessoa ao seu lado correu e arrastou Lemoux pela praia que caiu e foi levado; tentava se levantar mas caia por que a força da pessoa que o levava era tamanha . e não via por que já que os pontinhos pretos pararam la atrás na orla da praia.Perto de um rochedo pararam e ele conseguiu se erguer e respirar.

_ O que era aquilo?_ perguntou para a parceira , ainda não podia ver o rosto estava virado para o outro lado._Oi...fala comigo._Então a figura virou se não tinha rosto e sua outra mão era desprovida de unhas, como se elas tivessem sido arrancadas com alicates,seu rosto era inexpressível e os olhos era vidrados no nada totalmente dilatados.
O cabelo era de um liso extraordinário.E o preto era brilhante.
Abriu a boca e emitiu um som com um chiado surdo.E bateu fundo nos tímpanos de Lemoux.
Seu anel ferveu no dedo.O dedo que estava conjuminado a mão da criatura e percebeu que era isso que a incomodava e cada vez que ela gemia de dor o calor aumentava.Sua mão não se incomodava com o calor mais estava machucando a criatura,e ele estava em desespero com aquilo,não queria machuca-la e começou a sacudir a mão que , lógico , não se separava . Deu um puxão com força na mão.
_Eu não posso soltar isso ai não_choramingou para si mesmo.Ouviu ao longe um som de farfalhar de folhas ao vento.Eram os pontos voando na direção deles.Correu dessa vez no mesmo passo da sua bizarra companheira que não vacilava em pular pedras e desviar de caranguejos da baia.
Chegaram em frente a uma gruta ou algo parecido e quando a criatura começou a entrar na gruta Lemoux a refreou.:

_ Pe,pepeperaiiii onde você vai ai dentro ta escuro!
Ela se virou para ele e fixou seu olhar sem expressão no dele.Percebeu que as aves ou sei la o que eram aquele pontos iriam machuca la e a ele também , estava com medo.
_Ah meu deus onde eu fui me meter!!_ e entrou com ela gruta a dentro.
A temperatura da gruta era morna e era difícil respirar havia insetos por todos os lados e o tamanho de alguns deles era fenomenal , num misto de medo , nojo e fascinação Lemoux não percebeu que o Anel não queimava mais e que a figura agora andava sem exarcebação.
_Estamos bem agora?...Moça?...tah tudo bem?_ ela estava agora parada e nem respirar respirava.
Lemoux sentiu sua mão gelar.
_Moça?_gritou.
Ela emitiu de novo o guinchado surdo.

Olhou para frente e deitado sobre uma grande pedra lisa jazia um cisne preto de uns dois metros de diâmetro devia pesar muitos quilos e seus olhos pareciam humanos a criatura estava vidrada na ave. Subitamente um som invadiu o lugar era uma musica baixa,lenta,sonífera.A linda cabeça da ave se ergueu e em um movimento preciso, bicou o peito da criatura arrancando lhe o coração do peito.O sangue jorrou por todos os lados .O cisne continuou bicando, retalhando em dezenas de pedaços a criatura que permaneceu apática.
Lemoux em estado de choque não se mexeu até que o braço da criatura soltou se do tronco e caiu pesadamente sobre o seu próprio e ai então acordado do que ocorreu ele começou a correr ,Saiu da gruta em disparada pela praia escura e as outras aves ainda estavam no céu e percebendo sua presença dispararam a correr também .De dentro da gruta saiu imponente e bela pela fenda o Cisne voando graciosamente para cima e depois para frente ,formaram um comboio de aves negras em direção a Lemoux .Correu por alguns segundos e contornando a praia, em direção as folhagens. Adentrou um arbusto.

Silencio.

Morrendo de medo do que viria a seguir Lemoux fechou os olhos.Quando os abriu Morpheus estava do seu lado.

_Frio aqui não é mesmo?
_ahhhhhhhhh!!!!!!!!!!_o grito foi muito alto.
_Vocês se assustam muito fácil.
_Quem é você?_falou reprimindo o susto da voz.
_Seu salvador.Envelheceu e perdeu a memória?
_Salvador?Por onde nos vamos sair daqui aquele galinha preta por ai e aquele morceguinhos do inferno...
_Pegue._entregou lhe um pote lacrado.
_ O que eu faço com isso?Ohhww?você grandão...cade ele?Meu deus...isso deve ser um pesadelo.
Novos barulhos e o cisne pairou sobre a cabeça dele bicando o na nuca mas não fez lhe corte apenas levou alguns fios de cabelo.
Correu .Novamente rasgando a noite com seus pés cansados.O cisne aproximou se.Ergueu o braço da criatura e então o pote caiu na areia.O cisne avançou abocanhando mais um pedaço do braço deixando a mostra os ossos da munheca da criatura e então Lemoux viu seus dedos amarrados dentro da mão siamesa por tendões grossos feitos de um material semelhante a uma borracha.O cisne voltou acompanhado dos morceguinhos (isso é o que eles deviam ser) que investiram arrancando sangue de varias partes do corpo de Lemoux,abaixou se para se proteger e pegou pote dado por MORPHEUS .Quando o cisne abriu o bico voando rasante em sua direção Lemoux arremessou o pote dentro da garganta da fera.

...

O cisne rodopiou no ar e caiu na areia.

Explodiu de uma vez e ouviu se o estrondo a quilômetros de distancia.

Em toda a praia havia terra vermelha.

...

Capitulo VII

Acordou de uma vez.De volta ao quarto do hotel.Suas roupas estavam molhadas.Tudo escuro.La fora a luz bruxuleante de um poste.Foi ao banheiro,não se calçou.Abriu a torneira e água correu.Sentiu a correr pelos dedos e passou no rosto.
Acendeu a luz.
Estava com a camisa rasgada.
Pingando sangue...

Capitulo VIII

O sol que iluminava a praia aqueceu a água do mar que começou a evaporar lentamente.

_ Vais ficar perdido em pensamentos manipulador?
_ Se vossa irmã largasse do meu pé talvez eu já tivesse debandado mas são uma raça chata...
_ Ela conseguiu pega-lo não demora para leva-lo também.
_ Não , não e o meu destino querido,não é.

Nenhum comentário: