quarta-feira, 4 de junho de 2008

Conte me seus sonhos Segunda PT


Capitulo II

... Quando você caiu naquele dia , eu estava de passagem para pegar dois outros na rua de cima quando , eu te vi...


_ Pra onde vamos gata ? _ perguntou o rapaz com a bola de vôlei na mão.
_ Pra longe gatinho , bem longe rs _ respondeu
_ Ei,aquele rapazinho ali em cima _ e apontou para cima _ do alto do segundo andar da casa um menino de cinco anos estava sentado na mureta de uma sacada , balançava as pernas enquanto cantarolava alguma coisa ininteligível parando as vezes para olhar para baixo , sem medo algum , enquanto o fazia do outro lado da rua enquanto passávamos vi meu irmão parado sentado na calçada plácido , não entendi o que ele estava fazendo ali naquela hora e então ocorreu descendo a rua um casal brigando por algum motivo fútil enquanto brigava com sacolas de compras recém-feitas.
O menino parecia pressentir a presença deles e cada passo mais próximo o menino abria mais o sorriso e então quando chegaram ao portão o menino explodiu em gargalhadas e perdeu o equilíbrio caindo de uma altura de cinco metros de altura direto no chão de cabeça , certeiro e então , sangue e lagrimas...

Mesmo dia.
As 15:52hs

(Médico):
_ Bem , não houve dano aparente mãe , não que possamos nos preocupar mas de fato ele precisa repousar e não é prudente manda-lo pra casa agora ok?
_ Mas Dr.Ele não vai acordar ?
_ Vai sim Mãe , na hora certa.
_ Mas eu posso vê-lo?
_ Sim Vamos por aqui , só vou pedir que não se abale com qualquer imagem que a sra possa ter dele por que não tem nenhum problema com ele pode acreditar.
_ Por que que o senhor ta dizendo isso ?
_ Vamos la que a senhora vai vê lo e ficar mais tranqüila...

Entraram pelo corredor acético do hospital , branco como a neve e frio como tal , como que podia um hospital frio daquele jeito ? No quarto B12 no terceiro andar haviam mais duas pessoas , crianças ainda , na cama da esquerda perto da janela estava o menino , seu lençol era branco e tudo a sua volta emanava uma estranha aura roxa , tudo , quando a mãe se aproximou sentiu um lapso de ternura com medo , a face do menino que era rosada nos dias comuns agora estava roxa e parecia que lhe faltava ar por que ele mexia se pouco , arfava o ar para dentro dos pulmões de uma maneira aguerrida parecia brigar para respirar .

_ Ele vai ficar bem só esta dormindo , como eu disse não houve lesão no cérebro e o crânio é incrivelmente resistente!
Cabeça dura _ pensei comigo mesma sabe , o menininho me intrigava tanto , por que se aquilo ia acontecer por que O Destino não estava la ?
E por qual motivo meu irmão Morpheus estava do outro lado da rua e inclusive por que esta la embaixo agora ? na porta do hospital ?
Será que eu me esqueci de algum nome ? Procurei na meu caderninho mas não encontrava o nome do menino , então aproximei me dele e li a placa na cama,

C. Lemoux

Lemoux ? Que nome era aquele ? A familia dele não devia ser daqui ... Mas ,,bem não sei ao certo sabe não dava pra saber sobre ele , não encontrava aquele sobrenome na minha lista , quando parei de procurar pelo sobrenome que pensei ... se ele não estava na lista não tinha nascido então? Me perguntei se ele realmente existia , mas ele era de carne osso sem duvida por que as ataduras em volta da cabeça dele estavam vermelhinhas ! rs !

O corte foi profundo mas não lesionou o osso e o cérebro permaneceu intacto . Mas o choque induziu o coma .

O coma .
O Sono .
I N I N T E R R U P T O . . .


Capitulo III


_ Ta . Não entendi nada ! Que isso explica ?
_ Sua memóriazinha ta deterioradinha né garoto ?
_ Por que ?
_ Você não caiu ? Ficou babando e acenando feito um besta para a sua mãe e caiu bateu a cabeça e ficou lélé ?
_ Quem ficou lélé ?
_ Eu !
_ Ahn?
_Adoro quando você fica assim ! Fica uma gracinha quinem quando acordou ...


Capitulo IV

O Menino acordou oito dias depois . Eram 00:48hs e sua mãe dormia ao seu lado sentada na dura cadeira do hospital . Não foi embora nos últimos dois dias por que seu filho havia piscado , sim abriu os olhos e olhou para a janela depois piscou e dormiu de novo.Quando deu se em consciência não teve forças para se assustar , olhou a sua volta e viu os moveis , a cama , o soro e a sua mãe.
Então percebeu que a luz não estava acesa e estava conseguindo enxergar tudo.

Sentia se entorpecido . Sua pernas estavam dormentes.O sono era intenso e mal conseguia abrir os olhos sem fecha-los de novo . Mas a claridade com que via era muito grande, a nitidez dos objetos era esplendida e sua mãe apresentava uma expressão cansada com o rosto apoiado na mão direita. E no fundo do quarto ao lado da terceira cama da esquerda para a direita o homem.

Foi a primeira vez que viu o Homem.Ele era assutador no primeiro olhar,cabelos desgrenhados de uma maneira desleixada como se estivesse dormindo constantemente e não arrumasse seus cabelos há anos.
O olhar era vítreo e atravessava o seu de uma maneira cortante ao extremo arfava o ar a sua volta em grandes quantidades e permanecia o tempo todo parado sem mexer um músculo observando o olhar do menino.
Quando piscou novamente o homem havia desaparecido! E quando olhou para a janela ele já estava lá! Sua roupa era de um negrume concreto e na algibeira trazia um saquinho de estopa . Na cabeceira da cama , junto ao criado mudo jazia uma coisa que parecia um capacete, estranho com olhos grandes e uma tromba ou algo que o valha sei la, dava calafrios e o homem com os olhinhos negros como a morte...

_ Tem sonhado com o que menininho ? _ sua voz era fria.Sem vida nenhuma.
_ ..._
_ O Gato comeu sua língua ?
_ Na,não.
_ Você é gago ?
_ Não .
_ Parece.
_ Não sou não.!
_ Percebi , rs , muito sagaz . O Que você quer ser quando crescer ?
_ Por que você quer saber ?
_ Curiosidade apenas, acho que você tem um futuro promissor.
_ O que é isso ?
_ Promissor , menino que promete ,
_ Ahn... o que eu vou fazer ?
_ Não sei , eu que perguntei garoto o que quer ser ?
_ Nunca pensei nisso...
_ Sua mãe estava preocupada com você menininho , se jogando de alturas desse jeito...
_ Eu não me joguei de lugar nenhum!
_ Ah não ?Então te empurraram ?
_ Não sei.Não vi nada!
_ Você caiu de um lugar alto , da sacada da sua casa , direto no chão e sua cabeça rachou no meio.
_ Ahnn?!!!!??? Rachou ????!!!!?? _ ai que colocou a mão na tempora e sentiu a atadura e o calor humido do sangue represado , cicatrizando.
_ Doi?
_ Não.Acho que não.
_ Você não tem certeza de nada menino ?
_ Ah não sei .
_ hummmm _ e riu se .Pesadamente.
_ Vou te dar um presente.Abra sua mão.
_ O que? Minha mãe não gosta que eu pegue nada de estranhos.
_ Eu não sou estranho Sou Morpheus.Prazer Lemoux.
_ Que nome Estranho o seu ? _ e riu entredentes.
_ E o seu é lindo não é ? _ Riu mais ainda Morpheus
_ O que você vai me dar ?
_ Pegue._ e jogou nas mãos do menino um anel de prata pequeno com uma ranhura com uma pedrinha encrustada, não parecia bem uma pedra, e sim um grão de tão pequeno._ É seu agora.Guarde o e não precisa usar o tempo todo.
_ Ele é pequeno.Vou perder._ Disse baixinho.
_ Ele te acha se for o caso... _ e quando o menino piscou de novo o homem sumiu.Foi se assim como veio e então a escuridão tornou se escura de fato e não viu mais nada.Gritou.

Luzes.Homens e mulheres de branco.Vivas.E mais lagrimas.

Capitulo V

_ Entendeu? VocÊ já conhecia meu irmão ele lhe deu o anel que eu dei a ele a séculos atrás.
_ Séculos ?
_ Foi isso que eu disse ? Estou velha.
_ Seu anel ?
_ Seu meu amorzinho , se eu dei a ele e ele deu á você é seu oras!
_ Ah meu anel.
_ Onde ele está agora ?
_ Aqui no meu bolso... _ remexeu e tirou o anel com o mesmo brilho de outrora. Porem a pedra que esta alocada na fenda do metal estava opaca demais .
_ Já pensou em que para que isso serve?
_ Nunca fiz idéia . . .
_ Pois é.Tem sonhado muito nesses dias ?
_ Sim...
_ Sempre sonhou muito não foi ?
_ Todos sonham.
_ Sim todos sonham , mas nem todos sonham o que querem nem todos tem seus sonhos na realidade...
_ Eu nunca tive isso.!
_ Será que não ?
_ Não,não sei ...
_Não sabe mesmo meu bem?


Ele sabia sim , quando tinha quatorze anos de idade na virada do ano , realizou o primeiro dos sonhos que havia tendo , estudava na escola do bairro como todos os seus amigos , mas era o patinho feio da sala, apesar de ser um primaz de inteligência tinha problemas de sociabilidade com os amigos , não se enturmava fácil , era pequeno pra idade , começou a ter espinhas e andava sempre cabisbaixo com o tempo , não por ser triste (que tinha motivos sua família era a típica família de classe média) e sim por que vivia cada minuto da vida como se fosse uma hora completa , o tempo para ele passava muito devagar . Seus amigos achavam no estranho mas a sua companhia sempre fora muito aprazível para eles , gostavam de conviver com ele , sentiam se bem.
E ele sentia se bem em ser o centro das atenções.
Todos usavam mochilas e ele não , tinha uma pasta.Gostavam da pasta dele.Era preta,de couro.
Mas o rapaz do nariz quebrado não.
Ele era o antagonismo dele.Era alto grande e nada simpático.Brigava com todos que podia e fazia o que podia para atrapalhar o máximo que podia.

Quando as aulas acabaram naquele ano todos estavam ansiosos pela festa que ocorreria na cidade.Todos.Até Lemoux..

Iria na festa regional por que queria,e como queria! Alias tinha vontade de estar com sua colega de sala , beatriz , Bia para ele.Ela era muito desenvolvida para a idade e ele era de menos, mas combinavam de maneira assimétrica eram tão compatíveis que até mudavam quando junros eram UNO .


Daria certo .Sim Daria Certo.

E quando chegou o dia todos a postos dentro de suas roupas novas para o ano novo,Lemoux estava sozinho com ela,e no momento em que na ponta dos pés o beijo lhe daria...Surgiu o Rapaz que o empurrou e o jogou a distancia de meio metro , e caiu , caiu no chão.Na água .

Seu anel queimou no dedo.

E então chorou.Suas lagrimas que o afagavam o fizeram querer sair , correr , esconder se de tudo e assim saiu ,chegou em casa e dormiu no escuro , em sua cama,que estava fria com o tempo ameno que fazia,estava chovendo naquela tarde.
Caiu no sono em meio as lagrimas.
E dormiu desejando que o mundo rodasse e que o rapaz sumisse.
Desejou com todas as forças.

E a sensação da praia pela primeira vez.

Ano novo,vida nova.Entrou em contato com o mundo exterior apenas dias depois e soube que o rapaz , seu rival ,havia desparecido,sumira na noite do ano novo.
E Bia que antes andava ao seu lado como única verdadeira companheira.não lhe falava mais na verdade , não falava mais com ninguém.
Estava muda.

.
Ninguém descobriu para onde o rapaz havia ido , se tinha ido para algum lugar , se tinha morrido ou se estava vivo . Não havia como saber,sua familia entrara em uma busca frenética por ele de tal maneira que perderam a vontade de viver , a mãe morreu anos depois e Lemoux foi até o seu velório de irritado pelos olhares dirigidos a ele desejou que sumissem.

No dia seguinte , não havia mais necrotério.Nem mesmo a sala do velório.Mas ele não soube.Viajou naquele dia de manhã.Iria estudar fora.
Esqueceu se de levar o casaco e algumas coisinhas pequenas em cima da mesa do quarto;esqueceu se do anel .

Mas não o anel a ele.

Quando deu por falta dele , dentro do trem revirou os bolsos e notou que ele estava em seu dedo médio da mão esquerda.
Mas não se lembrava de quando nem como havia colocado-o ali, mas enfim.A viagem levaria mais de quatro horas pela ferrovia lenta e preguiçosamente, adorava aquilo, o trajeto ferroviário era desestressante para ele,adorava.
Caiu no sono com menos de quarenta minutos de viagem,no sonho que começara era o maquinista e em frente do seu caminho não havia nada só mato , mato para todo lado.
Ele não sabia como dirigir aquilo , mas estava levando suas mãos iam sozinhas para os comandos da maquina e ele estava plácido.
No caminho que não havia nada surgiu uma luz.Bem longe.E no meio da luz algo estava deitado, parecia um corpo, seria um cavalo ? ou talvez um cervo ? ou algum animal silvestre que havia tido o infortúnio de adormecer na via...
Enquanto divagava sobre o que era o trem se aproximava cada vez mais do ser no chão.E a velocidade do trem estava aumentando.Chegando mais perto a imagem ficava mais clara não era um animal que galopa ,era uma ave! Com enormes asas brancas como a neve e a cabeça frondosa jazia embaixo de uma das asas , parecia machucado.
Sentia ternura na cena e então entrou em desespero queria parar o trem mas não sabia como , não podia parar a locomotiva que aumentava a cada metro a velocidade .

Ia muito rápido , muito rápido . e Quando ia colidir com a ave. Chocou se com algo invisível entrando completamente dentro do nada em um vortex no meio do ar , sentiu que tudo girava e que aquilo era imcopreensivel a ave sequer mexeu se.O trem todo virara uma imensa lata de sardinha.
E o silencio e ave olhou o nos olhos.Levantou o enorme bico rachado e falou mentalmente á ele ,por telepatia:

_ Não se esqueça de mim...Nunca.

Acordou de um rompante banhado em suor.O trem parado na estação que ele desceria.
Saiu para a plataforma.
Cansado quis beber algo estava com sede.
Na lanchonete da estação pediu um suco de laranja e no copo que tomou havia um desenho com o logo da loja:

O CISNE BRANCO.

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